Entre 4 e 18 de julho, Almada volta a tornar-se palco de mais uma edição do Festival de Teatro, reunindo destacados criadores nacionais e internacionais.
O Festival de Teatro de Almada celebra, em 2023, a sua 40.ª edição, trazendo até Almada vinte espetáculos de teatro, dança e novo circo.
Este ano será privilegiado o “teatro da palavra”, ancorado na literatura, representado em Almada por um conjunto de encenadores que se têm dedicado à montagem de peças seminais da dramaturgia universal. Peter Stein, o decano mundialmente aclamado dos directores de teatro e de ópera, traz-nos “O Aniversário”, obra de Harold Pinter, numa produção italiana com Maddalena Crippa –conhecida também pela sua performance no grande ecrã– no elenco. Entre o cómico e o trágico, “O Aniversário” mantém o espectador num estado de desconfiança e incerteza contínua; a peça sobe à cena no dia 12 de julho, no palco grande da Escola D. António da Costa.
Das vinte peças que compõem a programação, doze são criações internacionais e oito nacionais. Estes serão apresentados em nove palcos de Almada (Teatro Municipal Joaquim Benite, Escola D. António da Costa, Fórum Romeu Correia, Incrível Almadense, Academia Almadense) e Lisboa (Centro Cultural de Belém).
Como espetáculo de honra, regressa o monólogo de Doug Wright, numa produção do Teatro Experimental de Cascais com encenação de Carlos Avilez. “Eu sou a minha própria mulher”, que conta a fascinante biografia de Charlotte von Mahlsdorf, personagem que viveu sob o regime nazi e na Berlim Oriental da República Democrática Alemã, foi a peça votada pelo público do Festival do ano passado para regressar em 2023. Vencedora de múltiplos prémios, incluindo um Pulitzer e um Tony Award, a obra pode ser vista em três récitas, nos dias 7, 9 e 11 de julho, no palco do Auditório Fernando Lopes-Graça.
De Israel, chega a Almada uma das mais reconhecidas companhias de dança do mundo, a Batsheva Dance Company. “MOMO”, coreografia de Ohad Naharin com colaboração de Ariel Cohen, consiste –para o jornalista israelita Haaretz– num contundente alerta contra o crescimento da extrema-direita. Este espetáculo pode ser visto nos dias 13 e 14 de Julho, no Centro Cultural de Belém.
Destaque ainda para a peça “A Vida é Sonho”, de Pedro Caldéron de La Barca, com encenação da companhia Cheek by Jowl. Fundada pelo encenador Declan Donnellan e pelo cenógrafo Nick Ormerod em 1981, a reconhecida companhia traz-nos agora um dos mais emblemáticos textos do siglo de oro, em que é explorada a conceção platónica segundo a qual o homem vive num mundo de sonhos e sombras, seu único acesso ao real. A obra pode ser vista no palco do Teatro Municipal Joaquim Benite, a 17 e 18 de julho.
O Festival, organizado pela Companhia de Teatro de Almada e pela Câmara Municipal, é reconhecido nacional de internacionalmente, constituindo uma oportunidade cultural única para os almadenses.
A assinatura geral para o Festival de Almada custa 85 euros para o público geral. Para os membros do Clube de Amigos do Teatro Municipal Joaquim Benite, com cartão válido, pelo menos, até 18 de julho, o valor será de 68 euros. A assinatura do Festival de Almada dá acesso a todos os espetáculos, numa das sessões programadas. Para mais informações, consulte o site da Companhia de Teatro de Almada.
https://almadense.sapo.pt/cultura/rodrigo-francisco-a-relacao-que-desenvolvemos-com-os-espetadores-nao-se-esgota-com-a-ida-ao-teatro/