A Costa da Caparica é a freguesia do concelho onde a concentração de alojamento local é maior. Naquele território, a percentagem de utentes de alojamento local em relação aos residentes é de 30%, enquanto que no resto do município é de apenas 5,45%.
A oferta turística em Almada está fortemente dependente do alojamento local, que detém 77% das camas disponíveis. No conjunto do concelho, há um total de 2877 camas nos empreendimentos turísticos (hotéis), valor muito abaixo das 9659 camas em alojamentos locais.
A conclusão decorre de um estudo urbanístico e turístico sobre Alojamento Local em Almada, que foi dado a conhecer publicamente durante a última reunião de Câmara, realizada a 19 de fevereiro.
“Há uma falta de hotelaria em Almada”, constatou Paulo Pais, diretor municipal do Desenvolvimento Urbano, que apresentou o estudo. Desta forma, “sem alojamento local ficamos praticamente sem oferta turística em Almada”, referiu.
Recorde-se que, decorrente do programa Mais Habitação, os novos registos de AL estão atualmente suspensos em Almada, uma vez que o concelho foi declarado em “carência habitacional” pela Assembleia Municipal em março de 2023. Este congelamento pode, por isso, ter um efeito de “diminuição da capacidade de oferta turística em Almada”, alertou.
Desenvolvido por uma equipa do Município de Almada, o estudo teve origem numa proposta apresentada pelo Bloco de Esquerda, com o objetivo “compreender a dinâmica do alojamento local e a necessidade ou não de implementação de um Regulamento Municipal do AL”, explicou o diretor municipal.
De acordo com a análise, a Costa da Caparica é a freguesia do concelho onde a concentração de alojamento local é maior. Naquele território, a percentagem de utentes de alojamento local em relação aos residentes é de 30%, enquanto que no resto do município é de apenas 5,45%.
Outra das conclusões do estudo foi que em Almada o alojamento local é fundamentalmente detido por particulares. Dos cerca de 1600 registos de AL no concelho, cerca de 72% é detido por particulares, enquanto que 28% pertence a pessoas coletivas.
“Em Almada, o alojamento local tem ocupado em grande medida as segundas habitações”, indicou ainda Paulo Pais. Como exemplo, o arquiteto apontou a Costa da Caparica, onde a população continuou a subir nos últimos anos. “O alojamento local não vedou a dinâmica populacional. Não há uma correlação entre o aumento do preço de venda ou de renda e a concentração de AL”, afirmou. Por isso, de acordo com as conclusões do estudo, “não se registam impactos demográficos em Almada resultantes dos registos de alojamento local”.
https://almadense.sapo.pt/cidade/numero-de-novos-alojamentos-locais-em-almada-mais-do-que-duplicou-em-2023/