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CDU apresenta candidatura de Luís Palma a Almada com críticas à gestão socialista: “exemplo de inoperância”

Apresentação pública de candidatura deixou duras críticas ao executivo de Inês de Medeiros. De “demissão de responsabilidades” a “um exemplo de inoperância e incompetência”, projeto da CDU apresentou-se no domingo como “alternativa” para o concelho.

 

Foi perante centenas de militantes e apoiantes que a Coligação Democrática Unitária (CDU) lançou oficialmente este domingo, dia 16 de março, a candidatura de Luís Palma (PCP) à presidência da Câmara de Almada nas eleições autárquicas que decorrem no outono. A apresentação pública decorreu no auditório da Academia Almadense, numa sessão onde foram deixadas várias críticas ao período de gestão do PS e onde foram traçadas as linhas gerais do projeto autárquico da coligação para Almada, concelho que a CDU perdeu em 2017 depois de quatro décadas no poder, e que espera agora recuperar.

O ponto alto da sessão de apresentação foi, justamente, o discurso do candidato autárquico que, desde 2013, preside à Junta de Freguesia de Laranjeiro e Feijó. Sob o lema “Futuro de Confiança”, Luís Palma começou por agradecer o apoio da família e do partido, apontando depois baterias ao atual executivo camarário liderado por Inês de Medeiros (PS), que acusou de se ter “demitido” de responsabilidades e de ser um “exemplo de inoperância e incompetência”.

“Em oito anos de governação local do PS, passamos de um município de referência a nível nacional, para um onde são desperdiçadas oportunidades e investimento”, afirmou o candidato, acusando a gestão socialista de não dar resposta ao problema da habitação e não ter feito “uma única obra nova de raiz” em áreas como a educação, a saúde e a cultura. “Os almadenses sentem no dia-a-dia a diferença que faz”, disse Luís Palma, que descreveu o voto na CDU nas próximas autárquicas como “um regresso ao caminho do progresso e do desenvolvimento”.

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Já depois da apresentação, ao ALMADENSE, o candidato municipal deixou mais críticas ao “retrocesso e perda de oportunidades” geradas pelo atual executivo municipal, e defendeu que o aparelho comunista no concelho tem “um projeto de alternativa” e maior capacidade de responder aos problemas atuais. “Sabemos que é preciso investir no nosso parque escolar, que há problemas nas acessibilidades e nos transportes públicos. O que temos assistido é que não há um planeamento, é tudo feito de forma muito avulsa, e não há uma integração das pessoas neste trabalho. Queremos retomar aquilo que sempre foram as práticas da CDU, para melhorarmos Almada”.

A luta eleitoral assume um cariz de especial importância para o PCP, que sempre teve em Almada um dos seus grandes bastiões autárquicos, e cuja perda em 2017 veio sinalizar o progressivo enfraquecimento eleitoral do partido.

Luís Palma recusou fazer leituras nacionais das próximas autárquicas, mas reconheceu a importância da “batalha política” em Almada. Questionado também sobre se poderia melhorar o resultado eleitoral de há quatro anos — na altura Maria das Dores Meira, ex-autarca de Setúbal, foi aposta forte da CDU para o concelho, mas acabou por ficar a 10 pontos percentuais de Inês de Medeiros —, o ainda-presidente de junta ressalvou que atualmente se vive “um momento e uma conjuntura política diferentes”, mas fez-se valer da sua própria experiência no concelho para justificar a confiança do partido. “Nasci em Almada, oriundo de famílias alentejanas e por aqui fiquei. Cresci com uma cultura de autarcas que muito deram a este concelho, e estou alicerçado num projeto coletivo, que é o que nos dá força”.

Esse apelo à história também foi deixado na apresentação por Daniel Figueiredo, responsável pela organização concelhia de Almada do PCP, que comparou o percurso de Luís Palma a Maria Emília de Sousa, histórica autarca que presidiu à Câmara de Almada durante 26 anos — e que antes disso também foi presidente de junta. “Os almadenses não têm memória assim tão curta”, afirmou o responsável, sublinhando “o enorme património” da CDU em Almada.

Victor Cavaco, do Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) caracterizou os tempos atuais como de “ataque cerrado à democracia e aos direitos conquistados”, e algumas decisões da autarquia, como a renitentemente anunciada parceria público-privada no Hospital Garcia de Orta como sintomáticas de um “neoliberalismo atroz” ao qual a CDU se opõe.

Já em representação do Comité Central do PCP, Vasco Cardoso apelou à união de forças entre a CDU e a sociedade civil, afirmando que “na CDU Almada cabe muita gente”. Fazendo ainda uma leitura nacional da realidade política, o responsável do partido reconheceu que “o país está inquieto” com a crise política atual, e o município não é imune a este contexto. “Não estávamos a contar com eleições, mas elas aí estão. Não confundimos aquilo eleições legislativas com autárquicas, vamos dar resposta a ambas. E creio que ninguém terá dúvidas que a alternativa ao PS no concelho de Almada é a CDU”.

 

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