Câmara de Almada defende que ligações a Lisboa “não podem ser colocadas em risco”
Presidente da Câmara Municipal de Almada garante que a autarquia está a trabalhar junto da Área Metropolitana e da TST para “encontrar uma solução” face à suspensão do transporte público rodoviário entre as duas margens do Tejo.
As ligações de transporte público entre Almada e Lisboa “não podem ser colocadas em risco”. A posição é da presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros, e surge após a suspensão das carreiras entre a margem sul e a capital anunciada na semana passada pela Transportes Sul do Tejo (TST).
“Não somos alheios ao facto desta pandemia e a crise económica decorrente terem um impacto significativo nos operadores de transportes”, indicou a autarca numa resposta enviada ao ALMADENSE. Contudo, “estando em causa um serviço público”, defende que “ligações importantes como as que ligam Almada e municípios limítrofes, tal como Lisboa”, devem ser salvaguardadas.
Indicando que a Câmara de Almada “não foi informada previamente pela administração da TST da decisão de redução de serviço”, Medeiros adiantou que tem estado “em contacto permanente” com a Área Metropolitana de Lisboa (que gere os contratos com os operadores), de forma a “encontrar uma solução”.
Neste sentido, a responsável, eleita pelo Partido Socialista, recordou que a AML está a “trabalhar com todos os operadores rodoviários” de forma a que, a curto prazo, 40% dos níveis de serviços sejam repostos. Neste âmbito inclui-se, naturalmente, a TST e o “importante serviço de transporte rodoviário de passageiros” que desenvolve no concelho.
Partidos condenam eliminação de carreiras
Também os partidos da oposição na Câmara de Almada criticaram a supressão nas ligações entre as duas margens do Tejo e a suspensão dos contratos de metade dos trabalhadores da TST. Neste sentido, o Bloco de Esquerda considera que sendo o lay-off “uma medida excecional”, criada para responder à crise pandémica, “não pode ser aproveitada pela TST para suspender ou modificar as carreiras de transporte público, aliás, em claro incumprimento do contrato em vigor”.
Numa pergunta enviada ao ministro do Ambiente pela vereadora do Bloco de Esquerda na Câmara Municipal de Almada, Joana Mortágua, e pelas deputadas Isabel Pires e Sandra Cunha, o partido destacou que “as empresas de transporte coletivo têm de contribuir para o esfoço conjunto de combate à pandemia, começando por cumprir os contratos firmados e garantindo, dentro das regras de segurança que a situação impõe, os serviços regulares de transporte”.
Por sua vez, também a concelhia de Almada da CDU condenou os cortes operados de forma “unilateral e sem qualquer envolvimento das autoridades metropolitana e municipais”. Em resposta enviada ao ALMADENSE, o partido defendeu que a decisão da TST “isola as populações de vários territórios que deixam, pura e simplesmente, de ter acesso ao transporte público”.
Para além da eliminação de carreiras, a formação verifica que o serviço que se mantém tem sofrido “reduções significativas, provocando aglomeração de utentes dentro dos autocarros e contrariando as orientações das entidades sanitárias”.
Argumentando que “a mobilidade é uma necessidade quotidiana das populações”, a CDU de Almada conclui que se trata de “um direito que não pode depender da lógica do lucro das operadoras privadas”.
Área Metropolitana de Lisboa quer que TST garanta 40% do serviço
Esperemos que no fim de Maio as carreiras sejam repostas.