Beatriz Janes, conhecida artisticamente por Janes, acaba de lançar o primeiro EP, intitulado “Faz-me Sonhar”. Nascida e criada em Almada, onde começou a cantar aos 13 anos, a artista mistura influências que vão do fado ao jazz, refletindo a profundidade da sua jornada pessoal e emocional.
Tinha 13 anos quando deu os primeiros passos no mundo da música. Estreou-se no restaurante dos avós, a Tasca do Reguengos, no Monte Caparica, a cantar “Povo que lavas no rio”, de Amália Rodrigues. “As noites de fado começaram a moldar os meus gostos musicais e a vontade de cantar foi crescendo”, conta Beatriz Janes, mais conhecida no mundo da música por Janes.
“Nesses momentos senti que a música era o meu caminho”, conta ao ALMADENSE. Na época, o fado era considerado um “género musical de ‘velhos’” e, por essa razão, a sua ligação com este estilo nem sempre foi fácil, na sua visão foi uma “relação de amor-ódio”. Depois, à medida que foi crescendo, começou “a explorar a linguagem do fado” e, hoje em dia com 29 anos, faz parte da sua identidade, “especialmente na intensidade e emoção” com que se expressa quando canta.
Sempre viveu em Almada e foi aqui que o seu gosto musical e a sua formação começaram, tendo produzido também “Faz-me Sonhar” nesta cidade que lhe traz tanto alento: “Almada será sempre a minha casa e o meu sítio preferido para viver”. Durante a infância e adolescência, ouviu Rui Veloso, Rio Grande, Sérgio Godinho e Tiago Bettencourt, artistas que foram uma influência para artista que se considera hoje: “Sou um misto de doçura e profundidade, jardim e onda brava, sou luz e escuridão e é esta dicotomia que me define enquanto pessoa e artista”. Com o amadurecimento, o jazz começou também a fazer parte da sua identidade, tendo despertado o seu gosto por outros géneros musicais e pela fusão destes, como é possível ouvir no álbum de estreia: “Durante o meu percurso, procurei explorar sonoridade diferentes, porque gosto de diversidade e acredito que isso me enriquece”.
“ ‘Faz-me Sonhar’ conta a minha história, uma história de amor que terminou e deixou muita saudade”, revela ao ALMADENSE. “Foi um processo muitas vezes doloroso mas, ao mesmo tempo, muito libertador. Escrever, e agora, cantar estas músicas, tornou-se uma terapia”. Juntamente com Diogo Pinho e Miguel Conchinha, compuseram tanto a letra, como a musicalidade e toda a idealização por de trás do conceito “Sonhar”: “Se este EP está cá fora é por causa deles”. Desde sempre, a artista descreve-se como alguém naturalmente “aérea e distraída”, frequentemente mergulhada nos próprios pensamentos e sonhos. Para Janes, o ato de sonhar sempre foi mais do que uma fuga; nos momentos mais difíceis, o sonho foi o seu alento: “Quando a tristeza era profunda, foi o sonho que me deu alento para continuar e não desistir de lutar por um caminho mais alinhado com a minha essência”. Foi a partir deste pensamento que a cantora, Diogo e Miguel fizeram as malas e foram para um retiro criativo, onde passaram sete dias a criar, o que resultou em temas de “Faz-me Sonhar” – “Lume Brando”.
Ao refletir sobre o seu caminho, Janes quer que a música que faz inspire os ouvintes a nunca abandonarem os sonhos, mesmo diante das dificuldades. A artista recomenda que “podem deixar muita coisa por fazer, mas nunca deixem de sonhar”. É esta a mensagem que carrega em cada uma das suas músicas. Afinal, os sonhos sempre foram a sua força motriz, tanto nos momentos de felicidade, como nos de tristeza, e é essa conexão profunda com o ato de sonhar que fez com que este EP fosse o “espelho da sua alma”. Agora, com mais maturidade e experiência, percebe que se pudesse voltar no tempo, diria à sua versão mais jovem: “Não te leves tão a sério, sonha sem limites e vai!”, porque é nesta leveza e motivação que encontra a verdadeira essência da sua arte.
O EP “Faz-me Sonhar”, que contém seis faixas, entre elas “Soneto”, “Pólo Cor de Canela” e “Não mora mais em mim”, já se encontra disponível nas várias plataformas digitais. No início de 2025, a cantora tem previstos concertos em Almada, com mais detalhes a serem divulgados em breve.
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Neta de excelente cantor que é o avô Manuel José Prego Janes, só poderia cantar bem.
Estou com curiosidade de ouvir esse CD, onde está à venda?
Um grande abraço para toda a família da Beatriz e longa carreira com muitos sucessos.