Ruas mais limpas e seguras não só irão melhorar o bem-estar dos residentes, como também darão um exemplo positivo às nossas crianças, que merecem crescer num bairro de que possam sentir orgulho.
Nadia Carreiro, residente na Charneca de Caparica
Antes de mais, não sou ativista ambiental. Sou apenas uma residente da Charneca de Caparica que deseja partilhar algumas preocupações e sentimentos sobre o bairro.
Muitos dos passeios da nossa freguesia — em alguns casos inexistentes — é impossível não reparar na grande quantidade de lixo espalhado. Por exemplo, no centro da vila, há lixo no espalhado pelo chão.
O mesmo acontece na Rua Mário Casimiro: a relva é cortada, mas o lixo que se encontra por entre a vegetação fica por recolher.
Quando os contentores do lixo são esvaziados, nunca é utilizada uma vassoura para varrer a sujidade que fica no passeio e por baixo dos próprios contentores. As pessoas acabam por ter de caminhar sobre lixo e vidros partidos.
Já reparei também que, por vezes, há limpeza na zona central da Charneca, sobretudo na rotunda junto ao “Minipreço”. Contudo, habitualmente apenas se apanha o lixo maior, enquanto o pó, a areia e outras sujidades permanecem no chão em frente a estabelecimentos e paragens de autocarro. Talvez fosse de ponderar que os donos dos próprios estabelecimentos assumissem alguma responsabilidade em manter os espaços exteriores. Caso contrário, gastam-se recursos em limpezas repetidas e não sobram verbas para resolver outros problemas igualmente importantes.
Outro problema frequente encontra-se na Rua Almirante Gago Coutinho, junto ao Hospital VetCentral, onde diariamente se encontram dejetos de cães no pavimento e na estrada. A rua fica com mau aspeto e mau cheiro, o que não é apenas desagradável mas também constitui uma grave ameaça à saúde de quem por ali circula a pé. Os responsáveis por este estabelecimento necessitam de ser lembrados da sua obrigação de manterem a rua limpa e serem bons vizinhos. Penso ainda que seria útil colocar um sinal de “Proibida a entrada — exceto residentes”, pois o trânsito e a sujidade por vezes são excessivos.
São muitas as pessoas, incluindo a minha família e amigos, que sentem vergonha de viver nesta freguesia devido ao mau estado de conservação dos passeios, pavimentos rodoviários e lixo espalhado pelas ruas. Não é triste?
Tenho a certeza que também viajam para o estrangeiro e veem como noutros locais a limpeza e organização fazem parte do dia a dia. Portugal é um país lindíssimo e faz parte da Europa. Porque é que a Charneca de Caparica há de parecer descuidada, como se fosse um país do terceiro mundo?
Também gostaria de levantar a questão do uso da calçada portuguesa em zonas residenciais. Apesar de ser muito bonita nos centros históricos, nos bairros torna-se rapidamente irregular, cresce vegetação entre as pedras e é muito difícil de manter limpa. O asfalto poderia ser uma solução mais prática, segura e económica. As poupanças poderiam depois ser aplicadas em outras melhorias, como arranjar estradas ou plantar flores e suculentas no espaço público.
Talvez para alguns a sujidade seja algo normal, mas peço que pensem sobretudo nas gerações mais novas. As pessoas querem viver em bairros limpos e agradáveis.
Uma das minhas principais preocupações, no entanto, é a situação da Estrada da Bela Vista, entre a Igreja e a EB Vale Rosal. Esta estrada é utilizada diariamente para aceder à A33 e é também muito frequentada por residentes, estudantes e crianças que se deslocam a pé para a EB Vale Rosal, Jardim de Infância Vale Rosal e Colégio Um Dó Li Tá. No entanto, encontra-se em muito mau estado: cheia de buracos, com carros estacionados em ambos os lados, sem passeio adequado e, quando chove, fica alagada, tornando impossível passar em segurança enquanto circulam carros e autocarros. Isto é especialmente perigoso para as crianças.
Durante a recente Semana Europeia da Mobilidade 2025, que trouxe iniciativas à Charneca, foi apresentado o “Autocarro Humano SigAPÉ”, que pretende criar percursos pedonais seguros para as crianças, uma iniciativa da APSI (Associação para a Promoção da Segurança Infantil), em colaboração com a EB Vale Rosal. Apoio e valorizo muito esta iniciativa. Mas, para que o projeto tenha sucesso, é necessário que sejam criadas primeiro as condições adequadas, como ciclovias, passeios seguros, limpos e em bom estado de conservação.
Convido todos a fazerem este percurso a pé de manhã, na hora de entrada da escola, para sentirem diretamente as dificuldades e a insegurança que todos enfrentamos. A Estrada da Bela Vista precisa de ser reparada urgentemente, para que crianças e residentes possam andar a pé em segurança, sem o medo constante de serem atingidos por carros ou autocarros. Gostaria muito que os meus filhos pudessem ir a pé ou de bicicleta para a escola durante todo o ano, mas é necessário serem criadas as condições para que isso seja possível.

Por vezes acompanho o meu filho desde o Vale Rosal até à paragem de autocarro da Igreja, na Charneca de Caparica. O percurso não é agradável nem seguro: muitos carros passam demasiado perto de nós e dos outros peões. Recentemente, enquanto caminhava por ali, um camião pesado passou tão rente que tive de me encostar à parede. Fiquei especialmente sensibilizada ao ver uma jovem mãe com um carrinho de bebé, obrigada a seguir por um caminho de pedras partidas e irregulares, também ela forçada a encostar-se à parede para evitar os veículos.
O meu filho já tem idade suficiente (11 anos) para caminhar sozinho e apanhar um autocarro, mas não me sinto confortável em deixá-lo ir a pé sozinho na freguesia, devido à falta de passeios adequados e seguros.
Partilho estas preocupações não como críticas pessoais, mas como um apelo para encontrarmos soluções. O meu único objetivo é contribuir para que o nosso bairro seja mais limpo, seguro e agradável. Estou certa de que todos partilhamos este desejo.
Acredito sinceramente que pequenas mudanças consistentes podem fazer uma grande diferença. Ruas mais limpas e seguras não só irão melhorar o bem-estar dos residentes, como também darão um exemplo positivo às nossas crianças, que merecem crescer num bairro de que possam sentir orgulho.
*Damos voz aos nossos leitores. Se quiser partilhar a sua opinião sobre assuntos relacionados com o concelho de Almada ou a sua freguesia, escreva para redacao@almadense.sapo.pt
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Eu também vivo na Charneca de Caparica e também acho que a freguesia está ao abandono. É o lixo que se amontoa junto aos contentores, semanas e semanas e não limparem quando recolhem o lixo. Cortam o mato e ali fica sem ser recolhido. Aqui na Quinta do Texugo está um amontoado de pedras da calçada em cima do tronco de uma árvore desde a Primavera. Buracos por todo o lado na calçada. Não se repavimenta nada. É o que temos. E a autarquia voltou a estar entregue ao PS e á D. Medeiros. As pessoas também não se importam muito. É o deixa andar neste país. As pessoas Estão desgastadas da incompetência de quem nos governa.
Há trinta anos que resido na quinta do texugo e nunca foi feita uma lavagem aos passeios da urbanização , uma autêntica tristeza.
Também vivo perto e concordo. É lixo e pior, vidros por todo o lado. Só antes das eleições é que andaram a limpar os passeios e bermas.
Enquanto residente da Rua Quinta do Modelo, solicitei aos serviços CM com carácter de urgência a implementação de medidas de segurança rodoviária, como lombas, passeios, passadeiras ou semáforos, na referida via, também a limpeza na via pública pois é uma verdadeira vergonha o lixo amontoado por dias a fio… A rua em questão (como também tenho verificado noutras) não dispõe atualmente de qualquer uma destas infraestruturas básicas, o que representa um perigo eminente para todos os moradores. A velocidade excessiva com que muitos veículos circulam tem vindo a aumentar de forma preocupante, colocando em risco a segurança de crianças, idosos e demais residentes, resultando igualmente em barulho excessivo até de madrugada. Apelamos à sensibilidade e atenção às entidades competentes para esta situação crítica, antes que ocorram acidentes graves que possam ser evitados com medidas adequadas e preventivas. É urgênte uma resposta positiva e empenho em prol da segurança da nossa comunidade.
Impermeabilizar os passeios? A calçada portuguesa filtra a água da chuva, impermeabilizar os solos faz com que haja cheias em tempo de chuva intensa.
Como residente na Rua Simões de Almeida vivo o mesmo problema da Sra Isabel Mendes e dos demais concidadãos. Esta artéria escoa todo o trânsito do Colegio do Vale e muito da Aroeira e de toda aquela àrea geografica. De pasmar que não existe nenhum meio de redução de velocidade. Esta Rua inicia-se na Rua Viana da Mota que tem um portão de saida e ou entrada do Colégio do Vale. Ora, sendo uma Escola com crianças de várias idades deveria ser um local de velocidade reduzida. Não é, bem pelo contrário. Desde o inicio desta Rua até ao cruzamento das Rua das Quintinhas é uma pista de acelaração em que potentes máquinas debitam toda a sua potência.infelizmente nada é feito. Já enviei um sem numero de emails para a Mobilidade Urbana da CMA a alertar para a situação e foram todos ignorados.
Só num País e numa Câmara ao abandono junto a uma Escola com mais de 500 alunos e área residencial não existe limitação para o transito e sinalização adequada.
Votados ao abandono. Triste sina a nossa.
O lixo e sujidades nas ruas em nossa região é um assunto de extrema urgência e gravidade. A falta de ação pelas autoridades é gritante, porém também extremamente grave é a falta de urbanidade da população! Temos que exigir mais limpeza pelos serviços públicos mas também corrigir os maus hábitos das pessoas que jogam o lixo nas ruas sem nenhum constrangimento!