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Mais de metade dos concelhos em Portugal está em risco de se tornar um “deserto de notícias”. Almada sob “ameaça”

Mapa divulgado pelos investigadores do Mediatrust coloca Almada como um concelho “ameaçado”, por contar apenas com um órgão de informação com produção jornalística regular: o jornal ALMADENSE.

 

“Mais de metade dos concelhos em Portugal é ou está na iminência de se vir a tornar num deserto de notícias”, ou seja, numa comunidade “com acesso limitado a informações confiáveis que alimentam a democracia em nível local”. Esta é a principal conclusão do estudo sobre os “Desertos de Notícias” em Portugal, divulgado este mês de dezembro, durante a celebração do Dia da Imprensa, organizado pela Associação Portuguesa de Imprensa.

Com este trabalho, desenvolvido com dados recolhidos junto da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) até maio de 2022 por Giovanni Ramos, Pedro Jerónimo e Luísa Torre, Portugal torna-se no primeiro país europeu a mapear o deserto de notícias.

De acordo com a investigação, dos 308 concelhos existentes em Portugal, 166 encontram-se em deserto de notícias, em semi-deserto ou estão ameaçados. Um total de 78 concelhos (25,3%) estão em algum tipo de deserto de notícias, isto é, não possuem meios de comunicação com sede no concelho sobre o qual produzem conteúdos. Destes 78 concelhos, 54 (17,5%) estão num deserto total, isto é, não possuem nenhum meio de comunicação que produza notícias, e 24 (7,8%) estão em semi-deserto, ou seja, têm apenas noticiário menos frequente ou insatisfatório.

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Almada, um concelho “ameaçado”
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Fonte: Desertos de Notícias Europa 2022, Relatório de Portugal.

 

O estudo, desenvolvido no âmbito do projeto Mediatrust, refere ainda que há 88 municípios (28,6%) que se encontram sob ameaça de entrarem no deserto por possuírem apenas um órgão de informação com produção noticiosa regular à data da recolha dos dados. É esse o caso do concelho de Almada, que surge no mapa divulgado pelos investigadores como “ameaçado”, por contar apenas com um órgão de informação com produção jornalística, afirmou Giovanni Ramos, durante a apresentação pública do estudo.

“De notar que não é apenas o interior do país que se encontra ameaçado”, referiu o investigador. “O litoral também tem um problema. Há grandes cidades como Almada, em que existe apenas um órgão de informação [o ALMADENSE], a produzir trabalho jornalístico. Se este jornal desaparecer, deixará um concelho de quase 180 mil habitantes sem acesso a informação sobre a sua localidade”, alertou.

“Vivemos uma crise da comunicação social. Há comunidades que já tiveram órgãos de informação e que os perderam”, lamenta Giovanni Ramos, em declarações ao ALMADENSE. “Estar informado sobre a sua localidade é um direito. Os jornais locais e regionais cumprem um serviço público. Na ausência de um jornalismo credível, a informação torna-se deficitária e abre-se um campo fértil para a desinformação”, acrescentou, recordando que, no que diz respeito às rádios locais, Almada já se encontra no deserto total, uma vez que não existe qualquer meio radiofónico com sede no concelho.

Reconhecendo que “a sustentabilidade dos meios regionais é um grande desafio”, o investigador destacou a importância de “olhar para este mapa [sobre o deserto de notícias no país] e pensar em políticas públicas”, defendendo que “o Governo poderia ter um papel mais ativo” no apoio à imprensa local e regional.

Constatando que os desertos de notícias são uma das maiores consequências da atual crise que atravessa o jornalismo, Giovanni Ramos defende ainda a necessidade de criação de “modelos mais sustentáveis, quanto mais diversificados melhor”, de forma a promover a sustentabilidade financeira.

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