Presidente da Câmara de Almada afirmou que não se importaria de viver num dos bairros sociais do concelho devido à “vista maravilhosa”. Declaração está a gerar controvérsia.
“Almada tem este privilégio de ter bairros sociais em espaços absolutamente maravilhosos, com uma vista invejável. Qualquer bairro social da margem norte tem inveja. Eu própria amanhã ia viver para o Bairro Amarelo”.
A frase foi proferida pela presidente da Câmara Municipal de Almada, Inês de Medeiros (PS), durante a reunião de Câmara realizada esta segunda-feira e está a gerar diversas críticas por parte de associações pelo direito à habitaçao e dirigentes políticos.
“A Presidente da Câmara Municipal de Almada acha que quem vive em habitação municipal na cidade é privilegiado porque tem uma ótima vista. Que privilégio é este? Casas sem condições e 8000 pessoas sem casa. É assim a política de habitação em Almada”, criticou a associação Rés do Chão – Associação pelo Direito à Habitação, numa publicação do Facebook.
As palavras da autarca, que falava no contexto da discussão sobre a alteração da Reserva Ecológica Nacional (REN) para construir um hotel de cinco estrelas no Porto Brandão, foram também condenadas pela vereadora eleita pelo Bloco de Esquerda, Joana Mortágua.
“A Presidente da Câmara de Almada acha que os moradores dos bairros sociais são uns privilegiados pela “vista-rio” e até diz que não se importava de mudar para o Bairro Amarelo. Isto enquanto justifica a aprovação de um hotel de cinco estrelas no Porto Brandão. Qualquer comentário é redundante”, reagiu a deputada, na sua conta de Twitter.
O Bairro Amarelo é um bairro de habitação social localizado no Monte da Caparica, conhecido por acumular problemas de habitabilidade.
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