Durante o primeiro ano de existência, o projeto Bandlivros articulou atividades e eventos junto das crianças, famílias e professores. Este domingo inaugurou sua primeira “biblioteca livre” para o público de Almada
A primeira “biblioteca livre” do projeto Bandlivros foi inaugurada este domingo, dia 5 de dezembro, durante um evento na rua Capitão Leitão, em Almada Velha. Aberta à comunidade, a biblioteca móvel tem como missão facilitar o acesso aos livros e a aprendizagens em idades precoces.
O evento “Somos Livr*s” contou com a participação do contador de histórias argentino Rodolfo Castro, com o músico brasileiro Ronaldo Januário e também com uma atividade lúdica e interativa onde as crianças puderam usar a sua criatividade ao personalizar um mural de leitura.
A biblioteca móvel terá em breve uma programação mensal regular noutros espaços da cidade, tendo presença marcada para o Mercado de Natal Amigo da Terra nos dias 18 e 19 de Dezembro da parte da tarde.
Ao longo do último ano, as gestoras do projeto, Leanne Annear e Ana Beatriz Saraiva, juntamente com a associação Almada Mundo, ofereceram atividades diversas em escolas e outros eventos, presenciais e online, com foco não apenas nas crianças, mas também nas famílias e professores, com o intuito de formar um ciclo de mediadores de leitura capazes de promover o gosto pela leitura e formar leitores entre crianças em diferentes espaços.
Mas o ano acabou por trazer resultados inesperados. “Com as constantes mudanças de regras devido à covid-19, tivemos que modificar os nossos planos. Por isso, tanto as atividades como a primeira biblioteca livre foram realizadas dentro das escolas, em vez de serem abertas a toda comunidade, o que criou um forte relacionamento com as escolas locais”, conta Leanne Annear ao ALMADENSE.
A Escola Básica Cataventos da Paz, em Cacilhas, tornou-se numa das principais parceiras do projeto, com professores e alunos a transformarem-se em embaixadores do Bandlivros, articulando uma campanha que culminou em cerca de 800 livros doados para o projeto.
Inaugurada dentro da escola em setembro, a primeira biblioteca surgiu a partir de uma ideia concebida por uma criança e transformou-se em realidade pelas mãos de Tom Annear (Small Yellow Box) e João Catarino (ODAM), também parceiros do projeto, que usaram materiais recicláveis e outros elementos comprados em lojas de Almada para a sua execução.
Uma votação realizada dentro da escola batizou a biblioteca-robô: ficou o “Latinhas, o viajante das histórias”, diz Margarida de 9 anos, aluna da escola e embaixadora da leitura Bandlivros.
Envolvida no projeto desde o início, a comunidade sugeriu formatos de bibliotecas e localizações para a instalação das mesmas. Além disso, doou livros. Até ao momento, o projeto já recebeu mais de 3000 livros, que foram desinfectados, reparados e etiquetados pelos voluntários.
Parcerias locais e laços mais estreitos com a comunidade
Para além de fomentar o hábito da leitura infantil, o Bandlivros, que conta com apoio da Câmara Municipal de Almada e da União de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas, entre outros parceiros, atingiu um outro objetivo não previsto: o de apoiar, envolver e promover artistas locais, profissionais e empresas.
Contadores de história, escritores infantis, ilustradores, músicos, costureiras, bordadeiras e designers foram envolvidos e têm sido divulgado nas plataformas digitais do Bandlivros. Ao mesmo tempo, o comércio local, como loja de ferragens e carpintaria e serviços de impressão 3D, têm tido preferência na hora da contratação para auxiliar na execução das atividades.
Desta forma, o benefício é duplo, acreditam as promotoras do projeto: além da criação das bibliotecas livres e dos eventos destinados ao público infantil, o projeto contribui para estreitar laços e fortalecer a ideia de comunidade através de parcerias com profissionais e comerciantes almadenses.
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